martes, 29 de abril de 2025

El negocio de la carne

Inicio de Abraham Lincoln (David Wark Griffith, 1930)

“Ninguna ciudad, ninguna industria, ninguna profesión ni forma de arte deben tanto a un solo hombre”, escribió Orson Welles refiriéndose a David Wark Griffith, de cuyo nacimiento se cumplieron 150 años el 22 de enero. Resulta extraño el modesto eco de un aniversario tan redondo, por mucho que cualquier acercamiento a quien fue por un tiempo el director más influyente del mundo vaya a estar siempre contaminado por la película que lo hizo poderoso, The Birth of a Nation, un éxito descomunal que transformó el cine pero también una apología racista de las glorias del Sur (...)

Martin Pawley. Texto completo na sección "Juste une image" do número 199, de maio de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 29 de abril.

Hacer películas para existir. Entrevista a Kamal Aljafari.

El festival Documenta Madrid dedica uno de sus focos al cineasta palestino Kamal Aljafari, cuya obra celebra el papel de la memoria y las imágenes como forma de resistencia ante la barbarie. Una exploración del cine como registro que preserva la vida y la identidad de un pueblo contra los intentos sistemáticos y abyectos de borrado y deshumanización. 

Hacer películas no es una opción obvia como profesión en ningún lugar, pero todo parece mucho más difícil en Palestina, así que me gustaría que explicara cómo llegó al cine. 
Mi decisión de hacer película estuvo ligada al deseo de irme del país y estudiar en el extranjero, y esto tenía que ver con la sensación de que mi país ya no era mi país. Es mentalmente doloroso para los palestinos estar en Palestina y no sentirte en casa, porque vives bajo un régimen que te hace sentir totalmente fuera de lugar a pesar de que este es tu lugar. Tenía 26 años y me fui a Colonia; para mi expresión artística fue necesario no seguir allí y elegir vivir en el exilio. Todo lo que he hecho está relacionado con esta experiencia, pero al mismo tiempo la mayoría de mis películas hablan de Palestina y de ser palestino. No es algo de lo que puedas escapar, ser palestino te acompaña a todas partes.

Cuando vivía en Palestina, ¿el cine estaba presente en su vida? Y, en particular, las obras de cineastas palestinos.
No creo que me interesara especialmente el cine de joven, por más que viera películas como cualquier otro. Era adolescente cuando empezó la primera Intifada, en 1987, y eso nos abrió los ojos a los jóvenes a la cultura y también al cine que existía o empezaba a existir en Palestina en los 80, ciertos textos que se volvieron esenciales para mí, como la poesía de Mahmud Darwish o las novelas de Ghassan Kanafani. Una de las primeras películas palestinas que vi fue Ma'loul celebra su destrucción de Michel Khleifi, un cortometraje documental sobre la gente de Ma'loul, una aldea destruida en Galilea, que visitaba su tierra cada año. Crónica de una desaparición (Elia Suleiman, 1996) fue un verdadero descubrimiento, me atrajo mucho su manejo de la realidad, la poesía del día a día. Hacer cine está, para mí, relacionado con la experiencia de crecer en una época revolucionaria en Palestina, con un movimiento cultural enorme (...)

Martin Pawley. A entrevista completa pode lerse no número 199, de maio de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 29 de abril.

sábado, 26 de abril de 2025

Entrevista con Miguel Valverde (Indielisboa)

Em 2004, o cinema independente vivia uma revolução: a passagem do analógico para o digital, novas vozes e uma produção menos dependente da indústria. Foi neste contexto que nasceu o IndieLisboa, um festival criado por um grupo de jovens que queria trazer a Lisboa um evento à altura de outras capitais europeias — mas com um foco claro no cinema de autor. Miguel Valverde, um dos seus fundadores, relembra os primeiros anos, marcados pela exibição de filmes que não chegavam às salas comerciais portuguesas. Duas décadas depois, o festival cresceu (de 500 para 5000 submissões anuais), adaptou-se às mudanças do setor e tornou-se um ponto de encontro para novas gerações de cineastas, enquanto revisita clássicos esquecidos em retrospectivas como as de Binka Jeliaskova ou Sarah Maldoror.
Nesta conversa, Miguel Valverde — hoje presidente da associação que gere o IndieLisboa — fala sobre a evolução do festival, o seu papel na promoção do cinema português (de João Canijo a Leonor Teles) e os desafios da diversidade real. Uma reflexão sobre como manter vivo o espírito independente num mundo em constante mudança.
 
Cando naceu o Indielisboa en 2004 o cinema estaba nun momento de transformación: xa se comezaba a intuír a substitución do cinema analóxico ao dixital, hai unha maior independencia creativa, unha produción menos vinculada á industria etc. O Indie estaba en liña con outros certames que había no mundo que tentaban detectar esas mudanzas, coma o BAFICI, o FIC Valdivia, Torino… que estaban creando un novo mapa do mundo. Poderías falar dese período, de como naceu o Indie e cales eran as intencións?
Antes de mais, obrigado por esta entrevista. Aqui em Lisboa havia a ideia de que os festivais de cinema tinham de ter uma ligação à cidade e, havendo festivais em Berlim, Londres, Copenhaga, nas principais capitais dos seus próprios países, era estranho que em Lisboa não existisse um festival. Acabámos por ser um grupo de pessoas, sobretudo jovens, que não tinham aquela ideia estigmatizada de que, para fazer um festival de cinema em Lisboa, era preciso muito dinheiro — e aventurámo-nos. Aproveitámos a nossa experiência anterior na gestão de um cinema independente para pensar: “Porque não fazer agora um festival em Lisboa?”, mas, ao mesmo tempo, não queríamos que fosse um festival de passadeira vermelha, porque o que pretendíamos era continuar o nosso trabalho de exibição de cinema de autor. Naquela altura, havia muitos títulos e muitos autores que nós gostávamos muito, que não eram distribuídos comercialmente em Portugal, e, portanto, o festival teria aqui um papel fundamental para criar diversidade no panorama cinematográfico.
O que é certo é que o panorama mudou muito. Não sei se fruto também de uma nova geração, como a nossa, que começou a estar muito mais atenta a estas questões, ou se foi o próprio mercado que mudou e a democratização dos meios, que não só permitiu a democratização da própria feitura dos filmes, como também a democratização da distribuição e da exibição. Hoje em dia, comprar um filme para distribuir em Portugal é muito mais barato do que era há 20 anos. Antigamente, não havia distribuidores que pudessem comprar filmes por 3 ou 4 mil euros no mercado internacional, e hoje há. Isso faz com que, embora não sejam negócios da China, haja um conjunto de distribuidores que desempenham um papel relevante no sentido de trazer autores que, antigamente, não encontravam espaço nas salas de cinema. E agora acho que estamos a chegar a um paradigma quase oposto ao que existia em 2004: os distribuidores portugueses vão a mercados como Cannes e Berlim e compram tudo, havendo uma grande concorrência, inclusive entre eles. Por outro lado, os festivais, na realidade, “roubam” espectadores: se o filme passa num festival como o IndieLisboa, o DocLisboa ou o LEFFEST, sabem que há 500 espectadores a menos que irão ver o filme na estreia comercial. Isso criou também uma certa concorrência entre festivais e distribuidores pelos mesmos filmes. E isto indica que o festival teve de mudar para se adaptar a estas novas condições.
Por outro lado, o festival foi-se adaptando também aos novos tempos. Se a nossa primeira edição teve, maioritariamente, projeções em película, embora já tivéssemos objetos em vídeo, esse meio hoje já não conta tanto, porque a maior parte dos filmes são exibidos em DCP. Recebemos muitos mais filmes e as geografias são muito mais diversificadas: onde nos primeiros anos recebíamos cerca de 500 a 700 filmes, hoje em dia recebemos 5 mil. O próprio festival teve de se reorganizar. Temos, neste momento, 24 programadores, no total de todas as secções, e temos inclusivamente coordenadores por secção para ajudar a sistematizar onde é que os filmes podem encaixar melhor. Também tivemos de travar um pouco o crescimento do festival, porque sentíamos que, a certa altura, era demasiado. Exibimos agora cerca de 270 filmes, entre curtas e longas-metragens, mas houve anos em que apresentámos mais de 300 filmes. Isto, para a equipa — que tem de gerir um conjunto de convidados, toda a informação para o catálogo, a vinda das cópias… — representa muito trabalho (...)

Martin Pawley. Pode lerse a entrevista completa no sitio web da revista Quiasmo. Artes, letras e ciência.

xoves, 24 de abril de 2025

El idioma como movimiento. Entrevista con Jan Budař.

Jan Budař. Fotografía: Lenka Hatašová
Una de las revelaciones de la película de Javier Rebollo La mujer sin piano fue la actuación de Jan Budař, que acompañaba de Carmen Machi en su fascinante deambular nocturno por Madrid. El actor checo repitió con Rebollo en En la alcoba del sultán, que se estrenó mundialmente en la SEMINCI de 2024. Del paso de Jan por Valladolid nace esta breve entrevista. 

Martin Pawley (MP): ¿Cuándo fuiste consciente de que te gustaba actuar? Dedicarte a la interpretación, ¿fue una decisión difícil?
Jan Budař (JB): Cuando tenía catorce años vi la película Rain Man y me encantó la actuación de Dustin Hoffman; tanto que pensé "ser actor podría ser un camino interesante". Nadie en mi familia era actor, así que fue una gran sorpresa para todos. La decisión no fue difícil, la vida de un actor a veces sí lo es un poco [se ríe]. 

MP: Tu interpretación tiene una componente muy física; encajas en una estirpe en la que la comedia tiene elementos muy asociados al cuerpo, al movimiento, al gesto y a la acción física, pero no desde el exceso, sino desde la contención. Me hace pensar en la tradición francesa de Jacques Tati o Pierre Etaix o, por supuesto, en figuras del cine mudo como Buster Keaton. 
JB: Ellos son mis héroes y me siento muy honrado de que digas eso, muchas gracias. El cuerpo es un medio de expresión absolutamente esencial para un actor (aparte de la voz) y yo disfruto muchísimo trabajando con el cuerpo cuando interpreto un papel. Busco su carácter, sus movimientos y su postura a través de mi cuerpo. Por eso también entreno con especialistas, para poder trabajar lo mejor posible con mi cuerpo.

MP: Los dos personajes que encarnas en las películas de Javier Rebollo comparten esa misma comicidad física, pero al mismo tiempo son muy diferentes, el de La mujer sin piano más silencioso y contenido, "más Kaurismäki", y el de En la alcoba del sultán "más Tintín". En los dos casos asumes, además, el desafío de trabajar con naturalidad en un idioma que no es el tuyo (español e inglés, respectivamente). 
JB: Hablar un idioma también es un movimiento: un movimiento de la boca, de las manos, de la cara. Cuando aprendo un idioma extranjero, lo percibo con mis oídos pero más aún con mi cuerpo. Un idioma diferente le da a una persona una personalidad diferente y eso es fascinante. En En la alcoba del sultán tuve que aprender algunas frases en árabe, y eso fue un verdadero desafío. 

MP: Algunos de tus personajes más emblemáticos tienen cierta carga de inocencia o de ingenuidad, como el de La mujer sin piano, pero también en películas que has escrito, como Nuda v Brne. (Vladimír Morávek, 2003). ¿Qué te atrae de esos personajes?
JB: No sé, tal vez mi sensible alma de artista [se ríe]. Radek de La mujer sin piano tiene síndrome de Asperger y Standa de Nuda v Brně tiene una disfunción cerebral leve, y esta clase de personajes son un regalo para el actor. 

Carmen Machi y Jan Budař en La mujer sin piano

MP: El hecho de que hayas escrito y dirigido películas tú mismo, ¿ha cambiado tu forma de trabajar como actor en películas de otros cineastas? ¿Ha cambiado la forma en la que te enfrentas a un rodaje, te ha hecho más comprensivo con los otros oficios del cine o con las dudas y preocupaciones que puede tener un actor? 
JB: Sí, eso cambió enormemente mi visión de mí mismo como actor: ahora tengo mucho más respeto por cada persona en el set. El sentido de importancia que a veces tenemos los actores ha desaparecido por completo y me quedé con el amor por el cine y la gratitud cada vez que puedo contribuir a la creación de una película. El hecho de que sea algo más que un simple actor me da una estabilidad importante en mi vida.

MP: Tu primer largometraje de ficción, Princ Mamánek, es una película dirigida a un público familiar y con elementos de fantasía, lo cual es una decisión curiosa, no muy frecuente entre actores que se lanzan a dirigir. ¿Cómo surgió la idea de hacer esta película?
JB: Me gustan los cuentos de hadas, son atemporales y todavía resultan nuevos para las nuevas generaciones de niños. Un príncipe de mamá es una película de bajo presupuesto, como debutante ni siquiera podía permitirme otra cosa. La idea surgió cuando visité Dětenice (República Checa), donde hay un castillo y una taberna medieval, y acordé con el propietario que allí podríamos rodar un cuento de hadas.

MP: Has hecho bastante cine y televisión. ¿Te gusta el teatro, te apetece hacer más teatro, o prefieres enfrentarte a una cámara?
JB: Disfruto más de un rodaje porque suelen suceder en lugares interesantes. Lo que más me gusta es cuando trabajo en países en los que nunca he estado antes.

MP: ¿Cuáles son tus principales referentes entre los actores y actrices de cine?¿Podrías citar algunas de tus películas y cineastas favoritos?
JB: Hay tantos actores y actrices que admiro... Dustin Hoffman, Charles Chaplin, Buster Keaton, Meryl Streep, Cate Blanchet, Jean Paul Belmondo… la lista podría seguir y seguir (se ríe). Lo mismo con los directores: Javier Rebollo, Jean Luc Godard, Christopher Nolan, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Jan Svěrák, Miloš Forman, Jan Němec, Karel Zeman, Charles Chaplin o Orson Welles, entre otros…

MP: ¿Qué opinas del cine de tu país, en el pasado y en el presente?
JB: Tenemos muchas películas y cineastas excelentes, pero tengo la sensación de que la cinematografía checa actual está un poco estancada. Repite una especie de formato extraño de comedia sin humor con el afán de ganar dinero y eso es una pena. Aún así, en mi opinión en Chequia cada año surgen una o dos buenas películas.

Jan al piano. SEMINCI 2024. Imaxe: MP
MP: Eres también compositor y músico, tocas el piano y cantas. ¿En qué medida crees que la música complementa o transforma tu trabajo como actor?
JB: ¡Esta es una pregunta muy interesante! Creo que la música es el lenguaje de nuestra alma y el hecho de que puedo tocar el piano, cantar y componer música me da una sensación muy agradable de que también puedo expresarme en este idioma internacional que toda la gente entiende. La música también sigue enriqueciendo mi corazón y eso es muy valioso para mí como actor.

MP: Cuando haces conciertos o interpretas música ante un público, ¿entiendes que esa actuación tiene también un componente de interpretación teatral, de “transformación en un personaje” que es el Jan Budař músico, o lo ves como una faceta completamente diferente?
JB: Cantar y tocar el piano requieren muchas horas de práctica, por eso cuando tengo un concierto me centro de lleno en la técnica de cantar y tocar el piano, por lo que no llego a disfrutar plenamente del papel de músico, aunque me gustaría [se ríe].

Martin Pawley.

sábado, 12 de abril de 2025

Pensar, sentir, gozar

Sabura (Falcão Nhaga, 2025)

Aos poucos anos de nacer, aló en 2004, o Indielisboa Festival Internacional de Cinema xa se convertera nunha referencia para todas as persoas que queríamos saber o que estaba acontecendo na creación contemporánea. O festival lisboeta aliñábase con outros moitos –BAFICI e FIC Valdivia na América do Sur, FID Marseille en Europa, Jeonju en Asia– que naquela altura facían o esforzo de cartografar un mapa novo, o desenvolvemento e a consolidación dun xeito de facer filmes con espírito independente, fóra dos circuítos comerciais domesticados pola grande industria. Era ademais un tempo de transición, a mudanza da produción e exhibición tradicional en formato analóxico cara ao vídeo dixital, que permitía a realización de películas con orzamentos mesmo moi baixos e en consecuencia alentaba unha valiosa ampliación do acceso ao cinema. O equipo que inventou o "Indie" aplaudiu dende o inicio a xeración de cineastas que sacudía Arxentina, de Lucrecia Martel a Lisandro Alonso, ou as novas voces asiáticas, con ciclos dedicados a Jia Zhang-ke ou Nobuhiro Suwa, igual que logo prestaron atención ao novo cinema galego, primeiro Oliver Laxe (e antes del, Peque Varela) e despois Lois Patiño, que viu todas as súas longametraxes programadas en Lisboa. E por suposto acompañou e coidou a produción nacional, nun período singularmente vizoso para a cinematografía portuguesa (...) 

Martin Pawley. Artigo publicado orixinalmente no Nós Diario o 12 de abril de 2025, sábado. As persoas subscritoras poden ler o artigo completo nesta ligazón.

martes, 1 de abril de 2025

Sin música ni poesía

El cosmólogo italiano Roberto Trotta reflexiona en su libro Nacidos de las estrellas sobre todo lo que le debemos a los cielos estrellados.

* * *

Podría parecer esperable que las personas que se dedican a la astronomía manifestasen un compromiso claro hacia la protección de la oscuridad natural de la noche, pero la realidad, o la experiencia, no nos permite aceptar con ligereza esa hipótesis. El ejercicio profesional competente de esta ciencia es perfectamente compatible con un absoluto desconocimiento práctico del firmamento, así como de la cultura y el arte que se inspiró en ese paisaje a lo largo de la historia. No es preciso gozar con el cielo nocturno para investigar en astrofísica, de la misma forma que no es imprescindible amar la observación ornitológica para trabajar en un laboratorio de biología.

El cosmólogo italiano Roberto Trotta reconoce en el prólogo del formidable libro Nacidos de las estrellas, editado por Pasado & Presente, el escaso bagaje observacional de una trayectoria que en su caso se orientó hacia la física teórica. Fue mientras preparaba una conferencia pública en el Imperial College de Londres, donde es profesor visitante de Astroestadística, cuando empezó a ser verdaderamente consciente de en qué medida las estrellas habían moldeado su vida (...)

Martin Pawley. O artigo completo pode lerse na sección "La noche es necesaria" da Revista Astronomía, número 310, abril de 2025. As persoas subscritoras poden acceder á revista no seu sitio web.

venres, 28 de marzo de 2025

Magia africana

Issiaka Kané en Yeelen (Souleymane Cissé, 1987)

El premio del jurado en la competición de Cannes favoreció que Yeelen (La luz, 1987) de Souleymane Cissé se convirtiera en la primera película del África negra en conocer una amplia circulación internacional, con cerca de 350 mil entradas vendidas en Francia y más de 40 mil en España. Fue un asombroso final feliz para una obra maestra que casi estuvo a punto de no existir, víctima de una producción tortuosa que se extendió dos años entre interrupciones provocadas por las tormentas de arena, la muerte por infarto del actor Ismaïla Sarr o una infección que obligó a que el director de fotografía Jean-Noël Ferragut fuese trasladado a París para ser operado de urgencia y evitar una gangrena (...)

Martin Pawley. Texto completo na sección "Juste une image" do número 198, de abril de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 28 de marzo.

Pensar y sentir. Entrevista a Yolanda Castaño.

Con una trayectoria como poeta de ya casi treinta años, Yolanda Castaño (Santiago de Compostela, 1977) es una referencia fundamental de la literatura en lengua gallega y su obra ha conocido traducciones a más de veinte idiomas. Escritora también de literatura infantil y juvenil, es además una activa gestora y promotora cultural responsable de iniciativas como la “Residencia Literaria 1863”, el Festival Internacional de Poesía de Pontevedra “PontePoética”, el taller internacional de traducción poética “Con barqueira e remador” en la emblemática isla de San Simón o el ciclo de recitales “Poetas Di(n)versos”, que desde 2009 pone en el mismo escenario en A Coruña a autoras y autores de Galicia junto a poetas de todo el mundo. Ganó con “Materia” el Premio Nacional de Poesía en 2023. Su libro más reciente, Economía e poesía. Rimas internas, es un ensayo sobre la precariedad y la difícil supervivencia en la profesión literaria.

Pertenece a una generación que ya nació y se crio con la televisión convertida en un elemento central del hogar. ¿Cómo fue su relación inicial con las películas en la infancia?
Si hablamos de películas, mi recuerdo las vincula antes a una sala de cine que a la televisión familiar. Y eso seguro que es así por el impacto producido, pues tengo una memoria defectuosa que registra mucho más las emociones que los hechos. Algo más adelante -y esto sí puede retratar una cierta época histórica en cuanto al consumo audiovisual- recuerdo con excitación la cultura de videoclub al que mi madre me dio acceso aún siendo muy niña. Como entre los nueve o diez y los trece años, en especial en los períodos en que mi padre, marino mercante, estaba embarcado, escogíamos juntas nuestro ocio a través de todas aquellas sugerentes carátulas y estimulantes sinopsis. Creo que leer tantas sinopsis me proporcionó herramientas para conseguir expresar contenidos en pocas palabras. Además, mi madre me concedía de partida una madurez con pocos prejuicios a la hora de seleccionar películas adecuadas, por lo que recuerdo haber visto películas perfectamente adultas, de calidad y relevancia para el propio código, a una edad muy joven. Estimulaban mi imaginación y pensamiento, me proponían conflictos que alimentaban mi educación sentimental (...)

Martin Pawley. Entrevista completa a Yolanda Castaño no número 198, de abril de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 28 de marzo.

sábado, 22 de marzo de 2025

Á espera do Sol negro

Na mañá do vindeiro sábado 29 de marzo acontecerá unha eclipse parcial de Sol, con case un terzo do disco da nosa estrela oculto pola Lúa. Un apetecíbel aperitivo para o grande acontecemento do verán de 2026, a eclipse total do 12 de agosto que será a primeira no noso país desde 1912 e non se repetirá até 2180: a do ano que vén será a única que experimentaremos na Galiza nas nosas vidas. Un fenómeno astronómico que podemos observar indirectamente de modo seguro mediante procedementos ao alcance de calquera persoa.

Eclipse parcial de Sol sobre Santiago de Compostela en 2017. Foto: Fins Eirexas.

No libro Nacidos de las estrellas, publicado no Estado español pola editorial Pasado & Presente, o cosmólogo italiano Roberto Trotta confesa que comprendeu moi cedo que non estaba feito para a astronomía observacional. Durante unha campaña de traballo en Suíza estragada polas inclemencias meteorolóxicas, decidiu aproveitar un pequeno intervalo sen tormentas de neve para entreterse mirando as manchas solares. Colocou un telescopio coa intención de proxectar a imaxe do Sol sobre unha cartolina e ver as manchas con seguridade, pois tiña ben gravada na cabeza a advertencia severa dun profesor, “nunca miredes o Sol directamente polo ocular, é un erro que só faredes dúas veces, unha por cada ollo”. Por moito que fedellaba non era quen de ver nada e “avergonzado e frustrado, fixen o que me dixeron que tiña que evitar a toda costa: abaixeime e mirei directamente polo ocular para ver que era o que non acababa de encaixar”. Tardou unha fracción de segundo en decatarse de que cometera un erro fatal e ergueuse aterrado. Aquel día tivo sorte: ficou a salvo grazas á súa torpeza, pois deixara posta a tapa na lente todo o tempo. Por iso non era quen de proxectar nada.

A simpática anécdota, con final feliz, serve para recordarnos o perigo extremo que supón mirar o Sol. A oftalmoloxía chama “retinopatía solar” ás lesións fotoquímicas que se producen no tecido macular da parte central da retina e están tipicamente asociadas á observación solar ou de eclipses. Basta unha exposición moi breve, mesmo duns poucos segundos, para provocar perdas na visión central entre leves e moderadas que non teñen tratamento (...)

Martin Pawley. Artigo completo publicado no Sermos Galiza que acompaña o Nós Diario do sábado 22 de marzo de 2025. Podes lelo completo en liña no sitio web do xornal.

domingo, 16 de marzo de 2025

Pinky y la cuestión racial

Pinky (Elia Kazan, 1949)

Entre los diversos elefantes en la habitación ignorados por Hollywood en sus décadas de gloria, seguramente el más grande fue el racismo institucionalizado en la sociedad estadounidense, tanto el que tenía como objeto los numerosos pueblos originarios norteamericanos, mostrados la mayoría de las veces en los westerns como un “otro” difuso, salvaje y enemigo que debe ser eliminado, como el dirigido hacia la comunidad que hoy llamamos afroamericana. La anecdótica (y casi siempre subordinada) presencia de personajes de piel negra favoreció, de hecho, la aparición de un género específico en la producción independiente, los race films, orientados a un público que no se veía representado en el cine industrial convencional y realizados por directores negros, como Oscar Micheaux o Spencer Williams, pero también blancos, como Richard E. Norman. Poco espacio hubo para la diversidad fuera de ese ámbito. Los aciertos fílmicos de Hallellujah de King Vidor, a menudo citado como el primer musical all black (se adelantó por unos meses Hearts In Dixie de Paul Sloane), son tan innegables como su tendencia a los estereotipos poco afortunados. Un cineasta de extrañísima carrera, Dudley Murphy, adaptó una obra de Eugene O’Neill con un imperial Paul Robeson al frente, The Emperor Jones. Y en el clásico de John M. Stahl Imitation of Life por detrás del afecto y el negocio que comparten Claudette Colbert y Louise Beavers asomaba el drama interior de la hija de la segunda, que por el tono de su piel puede pasar por blanca y opta por hacerlo asumiendo la obligada y trágica ruptura con su madre. El personaje lo encarnaba una actriz afrodescendiente, Fredi Washington, a diferencia del remake de Douglas Sirk, en el que recaía en una actriz blanca, Susan Kohner. Son notables excepciones en un marco dominado por los roles de criadas y las figuras cómicas tipo Stepin Fetchit, que explotaban una imagen perezosa y algo bobalicona (...) 

Martin Pawley. Artigo publicado para o especial sobre Elia Kazan da revista dixital La Furia Umana. Pode lerse o texto completo nesta ligazón.

sábado, 15 de marzo de 2025

Rumores de guerra

All Quiet on the Western Front (Lewis Milestone, 1930)

No inicio da obra mestra de Ernst Lubitsch Broken Lullaby (1931), o francés Paul Renard (Philips Holmes) solicita axuda, desesperado, nunha igrexa. “Eu non nacín para ser un criminal. Era músico, tocaba o violín nunha orquestra. Era moi feliz. Toda a miña vida estaba dedicada á música. Quería traer felicidade a este mundo, e o que trouxen é morte”. Un flashback reconstrúe o feito que o atormenta, como matou un alemán na Primeira Guerra Mundial. Paul recita con verbas asépticas o recordo da súa existencia burocrática: Walter Horderlin, 22 anos, Falsburg, Baden, rúa Berg, número 64. Mais esa memoria agacha un home, “the man I killed”, o home que matei. Un sacerdote explícalle que non cometeu crime ningún, que o único que fixo foi cumprir co seu deber. “Un deber, matar?”, responde. “É esta a única resposta que me dan na casa de Deus? Vin aquí para recibir paz e vostede non ma deu” (...)

Martin Pawley. Artigo publicado orixinalmente no Nós Diario o 15 de marzo de 2025, sábado. As persoas subscritoras poden ler o artigo completo nesta ligazón.

domingo, 9 de marzo de 2025

Einstein en Galiza

O nome da Coruña manuscrito por Albert Einstein.

Xa gañador do Premio Nobel de Física, que lle foi concedido en 1921 “polas súas achegas á Física Teórica, e nomeadamente polo descubrimento da lei do efecto fotoeléctrico”, e convertido nunha celebridade mundial após a comprobación experimental da curvatura da luz polo efecto da masa grazas ás medicións durante a eclipse total de Sol en 1919, Albert Einstein realizou, entre outubro de 1922 e marzo de 1923, unha longa viaxe que o levou a Asia, Palestina e España, experiencia que documentou nun diario (esta viaxe impediulle, por certo, recoller persoalmente o Nobel, cuxa cerimonia tivo lugar un ano despois do anuncio, en 1922). Cando regresou a Berlín estaba canso e con poucas ganas de seguir percorrendo o planeta para dar conferencias, mais non demorou moito en caer de novo na tentación, e así en 1925 aceptou cruzar o Atlántico con destino a América do Sur para dar conta da súa teoría da relatividade na Arxentina, Uruguay e Brasil. Foi o empeño (e o diñeiro) porteño o que fixo posíbel esta nova travesía: a Asociación Hebraica (antecedente da aínda existente Sociedad Hebraica Argentina) financiou a maior parte dos gastos, se ben o convite foi feito oficialmente por cinco universidades arxentinas xa que o alemán expresou a súa intención de atender só propostas académicas (...)

Martin Pawley. Artigo escrito para o sitio web da A. C. Alexandre Bóveda. Pode lerse o texto completo neste enderezo.

mércores, 5 de marzo de 2025

Exercicio de memoria

Dende o final do verán de 2024 está dispoñíbel en liña o documental dirixido por Sofía Naseiro Xorima, que se presentara ao público dous anos antes. A curtametraxe trata do grupo galego homónimo que formaron, alá en 1981, cinco mozos de Vilalba, Carlos Arturo Celeiro “Morón”, Xosé Ramón Vázquez, Xosé Luis Pernas, Lalo Baamonde e Queno Eimil. A súa foi unha aparición fulgurante nos primordios da música folk instrumental galega, un tempo de mutación no que as formas populares de noso se mesturan coas tradicións dos outros países celtas, con Milladoiro como principal referencia nacional. Foron, de feito, os concertos que en Vilalba deron Milladoiro mais tamén a bretoa Gwendal os que motivaron a aqueles adolescentes chairegos autodidactas a se xuntaren para facer música baixo o nome Xorima, un hiperenxebrismo para a flor do toxo, “chorima”. A madriña do nome foi Marisa Barreiro, quen asume con humor esa equivocación lingüística inicial que axiña se volveu irrenunciábel. Ela, canda Alfonso Baamonde, acompañaron os músicos naqueles primeiros anos a xeito de representantes e amigos, un apoio mutuo necesario nunha aventura vital transformadora.

Sesión fotográfica para o disco, 1985. Fonte: sitio web Proxecto Xorima.

O grande salto acontece en 1983 coa visita ao mítico Festival Intercéltico de Lorient, unha proposta que xorde a consecuencia da súa actuación nunha cita emblemática máis próxima, a de Pardiñas en Guitiriz. Para alén do artístico, polo feito de convivir por primeira vez en igualdade de condicións con moitas bandas internacionais de alto nivel, ir a Bretaña era para aqueles mozos a primeira grande viaxe, moitos días a durmir lonxe da casa nun xenuíno coming of age que marcaba un antes e un despois. Supuxo, tamén, a descuberta de que Galiza “non era unha illa musicalmente”, que podían tocar unha xiga cuns irlandeses e constatar que aquilo, a fin de contas, “é unha muiñeira”, di Xosé Ramón.

Non tardou en chegar o disco, en singular: non houbo máis. Gravárono en Madrid en 1985 no horario máis barato do estudio, durante a noite e a madrugada. A limitación inherente ao formato LP, 40 minutos de música repartidos polas dúas caras, motivou a escolla das pezas máis alá do que puidera dar de si o repertorio da banda. Fixo fortuna aquí e acolá; pezas como O gaiteiro avergoñado están cosidas ás neuronas de moitísimas persoas, mesmo aquelas que nunca souberon da banda de seu, a causa da súa utilización masiva como banda sonora en infinidade de programas de radio e televisión. É un deses discos que conseguiron ser populares e de culto, que non caducan, que pode escoitarse hoxe para recoñecer nel intacta a enerxía e a solvencia que tiña no seu lanzamento. Puido ser o comezo dun longo camiño, mais coa mesma naturalidade coa que naceu, Xorima, ou polo menos a Xorima orixinal, desapareceu. A banda estirou a súa vida aínda uns anos con cambios na formación, entre eles a incorporación de Xabier Bueno ou Quim Farinha, figuras clave logo de Fía na Roca e Berrogüetto.

Nunha entrevista da curta, Xosé Luis Rivas “Mini” evoca as emocións propias daqueles anos 80 de esperanza após a noite de pedra, a “tremenda ilusión pola música, por todo o que soara a galego, pola reivindicación, por presentar en galego, por cantar en galego, por afirmármonos como habitantes deste país”. O maior valor dun documental coma este é facer o exercicio de transmisión que conecta o noso pasado co noso presente. Non por saudade nin por nostalxia, senón para saber de onde vimos e en que nos convertemos. Nunha era marcada pola fragmentación do coñecemento e polo ritmo acelerado que banaliza todo até facelo irrelevante, é máis importante ca nunca tecermos fíos interxeracionais e aprendermos dos erros e dos acertos que xa cometeron aqueles que nos anteceden. Comprendermos que antes de “hoxe” houbo un “onte”, que non debemos dar nada por suposto, que todo o que cambiou pode mudar outra vez, se quixermos. Que precisamos conxugar os verbos en plural para “sermos” algo. 

Martin Pawley. Artigo publicado para o Caderno de Estudos Chairegos 2024 editado polo Instituto de Estudos Chairegos.

sábado, 1 de marzo de 2025

La paradoja de Jevons

Un sistema económico que tenga como dogma único el crecimiento perpetuo es incompatible con la salud del planeta.

* * *

En el libro The Coal Question, publicado en 1865, el economista y lógico inglés William Stanley Jevons analizó la sostenibilidad de la producción energética. Puesto que la cantidad de carbón era finita y su demanda crecía exponencialmente, antes o después las necesidades de consumo chocarían con la disponibilidad total del combustible y eso, de forma inevitable, pondría un freno al progreso. Ante tal evidencia surgía la hipótesis de un uso más eficiente de los recursos que dilate ese agotamiento sine die, una típica solución mágica del industrialismo que Jevons niega al formular la paradoja que ahora lleva su nombre: si, por ejemplo, se aprovecha mejor el carbón en un alto horno, aumentarán los beneficios, se atraerá nuevo capital, el precio del hierro fundido bajará pero crecerá su demanda «y,con el tiempo, el mayor número de hornos compensará con creces el menor consumo de cada uno de ellos». Esto valía para cualquier ámbito económico: «el progreso de cualquier rama de fabricación estimula una nueva actividad en la mayoría de las otras ramas, y conduce indirectamente, si no directamente, a mayores incursiones en nuestras vetas de carbón».

En uno de los diálogos del libro que tratamos en esta sección el mes pasado, La Tierra exhausta, Egidio, uno de los personajes inventados por Joaquim Sempere, explica las consecuencias de este «efecto rebote» utilizando el ejemplo de la iluminación (...)

Martin Pawley. O artigo completo pode lerse na sección "La noche es necesaria" da Revista Astronomía, número 309, marzo de 2025. As persoas subscritoras poden acceder á revista no seu sitio web.

venres, 14 de febreiro de 2025

A dourada atracción dos Oscars

Karla Sofía Gascón e Zoe Saldaña en "Emilia Pérez" (Jacques Audiard, 2024). Imaxe: Wanda Films.

É difícil non deixarse seducir, dun xeito ou doutro, polo feitizo dos Oscars. Por máis que saiba que é un premio eminentemente orientado ao cinema estadounidense, e dentro del ao que ten un carácter máis comercial; por máis que saiba que á volta destes premios –e de tantos outros– hai elementos que nada teñen que ver co artístico e que é enorme o peso das campañas de promoción dos filmes mais tamén dos actores e actrices, con rostros que da noite á mañá pasan de ser pouco coñecidos a ocupar as capas das revistas e os pósters de superproducións; malia todo iso eu son, recoñézoo, un dos centos de millóns de humanos que cada inverno atende o anuncio das candidaturas e segue con curiosidade as novas que, antes e despois, dan pistas de por onde vai o vento en cada edición.

Parte do encanto vén da longa historia duns galardóns que, polo menos no primeiro medio século de existencia, definiron bastante ben, entre nomeados e triunfadores, o mellor cinema de Hollywood (...)

Martin Pawley. Artigo publicado orixinalmente no Nós Diario o 14 de febreiro de 2025, sexta feira. As persoas subscritoras poden ler o artigo completo nesta ligazón.

sábado, 8 de febreiro de 2025

Filmes sen fronteiras. Lois Patiño e Iván Castiñeiras.

O Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, a primeira gran cita cinéfila do ano en Europa, acolle outra vez máis a produción fílmica galega de calidade, a que ten opcións reais de ser exhibida en diversos países do mundo e recoller a atención da crítica máis influente. Se 2024 foi o ano de La Parra de Alberto Gracia, en 2025 fixéronlle oco ás longametraxes Ariel de Lois Patiño e Deuses de pedra de Iván Castiñeiras, películas as dúas rodadas maioritariamente en Portugal e con coprodución portuguesa.

Irene Escolar e Agustina Muñoz en Ariel (Lois Patiño, 2025)

Por orde cronolóxica, a primeira en darse a coñecer foi a de Lois, Ariel, dentro da sección non competitiva Harbour, un contedor moi amplo –case oitenta filmes– no que hai un bo número de estreas mundiais mais tamén algúns dos títulos máis celebrados da tempada que se presentan por vez primeira nos Países Baixos, como Tardes de soledad de Albert Serra ou Grand Tour de Miguel Gomes. Ariel representa outro salto meticuloso na traxectoria do galego que, sen renunciar á beleza plástica e ao coidado formal nel característico, enfócase máis claramente á ficción con Shakespeare como material inspirador. O proxecto naceu hai varios anos a partir dun convite do festival dinamarqués CPH:DOX ao director arxentino de orixe galega Matías Piñeiro co obxectivo de realizar unha película en colaboración con outro cineasta. Matías quixo que fose Lois quen o acompañase no estimulante exercicio de iren na procura dunha linguaxe común, posto que viñan de mundos distintos: o teatro, os diálogos elaborados e as coreografías da cámara cun virtuoso elenco de actores e actrices no caso de Piñeiro fronte á quietude, o silencio e a contemplación típicos nesa altura de Patiño (...)

Martin Pawley. Artigo completo publicado no Sermos Galiza que acompaña o Nós Diario do sábado 8 de febreiro de 2025. As persoas subscritoras poden ler o artigo nesta ligazón.

sábado, 1 de febreiro de 2025

La Tierra exhausta

El filósofo y sociólogo Joaquim Sempere crea una obra clave de reflexión sobre los urgentes desafíos ambientales.

* * *

Nunca me gustó subrayar libros. Me resulta muy molesta la imagen de una página invadida por las rayas, más cuánto más evidentes o invasivas sean esas marcas. Contra esa manía caprichosa debía luchar para satisfacer la necesidad de señalar frases o párrafos que encuentro particularmente valiosos y que deseo poder localizar sin esfuerzo. Hace cosa de tres años tuve una idea repentina y simple que experimenté como una gloriosa revelación: en vez de subrayar podía colorear esas líneas, pintarlas con lápiz para crear un fondo suave y elegante muy reconocible pero que no dificulta la lectura. Amarillo, naranja, rojo o azul, eso me da igual, siempre que no sea muy intenso, más bien tirando a pastel; un tono que decore la página con ligera uniformidad sin provocar(me) desagrado.

Hay, pues, un antes y un después en mi biblioteca que permite identificar de forma rápida los libros que me han producido un mayor impacto. Mis permanentes relecturas de Rosalía de Castro han llenado de rosa, dorado, verde y gris los volúmenes que más estimo, las ediciones críticas de su poesía que preparó Anxo Angueira. El amarillo invade la traducción gallega de Carol
de Patricia Highsmith, el naranja la Cronobiología de Juan Antonio Madrid y una variada colección de colores El cuadro completo de Alice Procter. En La Tierra exhausta, ensayo publicado por Pasado & Presente, hay manchas de color en la mayoría de las páginas. El autor, Joaquim Sempere, es un filósofo catalán discípulo de Manuel Sacristán, introductor de las teorías marxistas en España. (...)

Martin Pawley. O artigo completo pode lerse na sección "La noche es necesaria" da Revista Astronomía, número 308, febreiro de 2025. As persoas subscritoras poden acceder á revista no seu sitio web.

xoves, 23 de xaneiro de 2025

Un músico, unha voz, unha guitarra

por Miguel Castelo

Fausto no Chapitó, 17-11-2020. Imaxe:  Filipe Saraiva
(Lisboa, Portugal), CC BY 2.0 [Wikipedia]
A canción de autor portuguesa tivo sempre un nivel artístico considerable. Para moitos países descoñecida, en Galicia foi moi estimada por un público interesado polas manifestacións culturais, propias e do país veciño. Os propios cantautores galegos tivérona sempre como un referente. Fausto é un dos seus máximos respresentantes. Uns vão bem e outros mal e Rosalinda e O barco vai de saída e A guerra é a guerra, por citar dúas épocas extremas, son pezas que deixan ben ás claras a súa enorme talla artística.

Un, pola súa idade, foi testemuña activa da chegada da canción portuguesa á nosa comunidade, nomeadamente a A Coruña, concretamente ao Palacio de Deportes, espazo onde tiñan lugar as actuacións musicais procedentes de diversos países, tanto de dentro como de fóra de España. Porén, a Fausto tiven a oportunidade de o escoitar por primeira vez a noite gloriosa do curso 1973-74, na que os cantores portugueses pasaron ao completo polo taboado do abarrotado auditorio do madrileño Colexio Maior San Juan Evangelista, coñecido polo estudantado universitario como “O Johnny”. Algúns deles acoden agora á miña memoria: Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Vitorino, José Jorge Letria, Sérgio Godinho... Unha noite vibrante para todos os alí congregados, que vivimos coa especial emoción da confianza dun non afastado futuro mellor. Acabado o acto, non sabería dicir como, vinme metido nun coche no medio de xente que non coñecía, facendo parte dunha comitiva de vehículos que tivo como destino un piso alto da Avda. de América. Alí, todos, cantantes incluídos, estricados polo chan dunha ampla sala, da que previamente se tiñan separado os mobles, baixo unha atmosfera de luces de velas, comezaron a circular bebidas, improvisáronse conversas, Afonso declinou os reiterados convites a cantar, unha harmónica deixou oir unhas notas de blues, algunhas guitarras secundaron con punteos e acompañamentos, e a máxia da música e do inesperado acrecentou a enerxía que ali reinaba. Grande parte descoñecidos entre sí, artistas e admiradores, todos xuntos, como catecúmenos, unidos por unha mesma causa. Un daqueles guitarristas destros era o Fausto, aquel que da mesma maneira arrincaba do seu instrumento notas da súa autoría que outras que correspondían a disintas latitudes: lamentos e vindicacións de brancos e negros. E o máis simpático e enxeñoso daquela noite de máxia e de misterio veu tamén da parte de Fausto Bordalo: unha irónica,“engraçada” melodía que falaba da importancia da hixiene persoal nas relacións humanas, da que lembro o estribillo “co cu lavado, eu gosto” e o final convidador “co cu lavado... gostamos”. Anos máis tarde, puiden volver asistir a unha actuación de Fausto. Foi en Santiago, no desaparecido Yohakin, onde marabillou aos presentes con, entre outras pezas, Já foste linda, Rosa!, demostrando o que un só músico, con talento e unha guitarra, pode ser quen de facer.

Zeca Afonso, Fausto, Sérgio Godinho e Vitorino, entre outros, en 1979.
Imaxe: Maria Santos Helena, CC BY-SA 4.0 [Wikipedia]

foi o pasado domingo, logo de escoitar unha audición radiofónica dedicada a este compositor, cantante e guitarrista, cando quixen renovar a emoción da escoita de O barco vai de saída para o que entrei en Internet. Foi así que descubrín algo que non sabía: Fausto Bordalo Días falecera o 1 do pasado mes de xullo. E non o puiden evitar, os ollos enchéronseme de bágoas.

martes, 14 de xaneiro de 2025

Adeus ao Pamplonetario

Sala Tornamira do Pamplonetario. Imaxe: Martin Pawley, 2021.
Dende a miña primeira visita á Casa das Ciencias na fin de semana en que abriu ao público, vai para corenta anos, fun incontábeis veces ao museo coruñés e ao seu planetario. Fíxenme maior co programa de introdución á astronomía fixado para sempre nas neuronas, coa música d’Os planetas de Holst e o ruído do avance dos carros de diapositivas que se proxectaban na cúpula. A partir dun certo momento, en 1993, os contidos que pasaban na Coruña empezaron a levar outra marca máis que revelaba que se producían man con man con outro planetario, o de Pamplona, unha sorte de irmán pequeno que realmente era un irmán maior, grande, inmenso. Pamplona revelábase un destino natural para calquera persoa amante da astronomía, un lugar ao que ir antes ou despois.

Pasaron aínda uns anos antes de eu poder viaxar aló. Foi en agosto de 2003 e o planetario era a principal escusa, mais a excursión tiña moito de xuntanza blogueira, o encontro con algúns membros da fauna de Blogalia, o portal creado por Víctor R. Ruiz, que tamén se achegou por alí. Entre eles destacaba, por suposto, Javier Armentia, daquela, e até hai uns meses, director do Pamplonetario mais tamén voz de referencia naqueles tempos de activismo sen tanta toxicidade en Internet. Fiquei marabillado con el mais fiquei marabillado co espazo, coa Sala Tornamira dominada polo sensacional proxector analóxico Zeiss, un obxecto doutra época con aspecto de pesado insecto metálico que eu sempre asocio ao robot Robby de Forbidden Planet (e non é que se parezan tanto, mais o cerebro é así, une elementos a miúdo inesperados).

Tardei uns anos en voltar. A miña seguinte oportunidade veu facilitada pola asistencia ao festival Punto de Vista, probabelmente o de 2009, a última edición que dirixiu Carlos Mugiro en que coñecín James Benning e Barbara Hammer, mais puido ser a de 2010, non teño a certeza. Nesa altura, o “comité central” do Pamplonetario xa non era xente allea a min; tanto Javier como Fernando Jáuregui e Nieves Gordón eran persoas que reencontraba de cando en cando nalgunha das súas visitas á Coruña motivadas pola permanente colaboración cos Museos Científicos Coruñeses. Cando empezaron a usarse os proxectores dixitais, o desafío de que imaxes era factíbeis foi un tema de conversa reiterado meu con Fernando, cuxa paciencia infinita para responder ás miñas dúbidas e preguntas non lle compensarei nunca o suficiente. Mais neses primeiros anos a resolución de vídeo era suficientemente pobre como para non ter, aínda, demasiada fe nas posibilidades audiovisuais dunha cúpula.

Era tempo, en calquera caso, de experimentar. A semiesfera dun planetario -dos verdadeiros planetarios- requiría pensar regras gramaticais diferentes ás dunha pantalla plana, e aquí na Coruña Marcos Pérez estaba ben disposto para o pensamento e para a experimentación. Un deses experimentos acabou sendo Fogos, que saíu ben ao segundo intento. Gravadas en xuño de 2015, o son e as imaxes, obtidas cun sistema composto por seis cámaras Go-Pro, pasaron practicamente un ano gardadas nun disco duro á espera de descubrirmos que podía facerse con elas. Chegamos á conclusión de que o mellor que se podía facer era manipulalas o menos posíbel, deixalas case “tal cal” (e na medida do “case” está sempre a chave das noces).


Fogos
existiu en dúas versións, como película para pantalla plana que se exhibiu, entre outros festivais, no FIC Xixón, no de Cosquín que programa Roger Koza ou no FID Marseille de Jean-Pierre Rehm, onde compartiu sección con Sharon Lockhart e James Benning, cousas da vida, e mesmo foi empregada no anuncio promocional do certame; mais tamén como película para planetario. Vímola na Coruña, por suposto, mais sobre todo vina no Pamplonetario nunha sesión gloriosa, o 8 de marzo de 2018, durante o primeiro Punto de Vista da era Garbiñe Ortega. Baixo o título, roubado de Wittgenstein, “Me asombro del cielo sea cual sea su apariencia”, na impoñente Sala Tornamira víronse, para alén de Fogos, Powers of Ten de Charles e Ray Eames, Observando el Cielo de Jeanne Liotta, Allures de Jordan Belson e Kilpisjärvella de Axel Straschnloy. Tiven a honra de presentar aquela velada -entre os espectadores estaba, por certo, Paolo Moretti, que viña de ser nomeado director da Quinzaine de Cannes- e de escribir unhas liñas para o catálogo: 
ME ASOMBRO DEL CIELO SEA CUAL SEA SU APARIENCIA
"La voluntad científica de registrar con precisión un tránsito de Venus llevó al astrónomo Pierre Janssen a diseñar un novedoso artilugio, el “revólver fotográfico”, que permitía la captación sucesiva y veloz de imágenes. El éxito fue relativo: no pudo fotografiar el tránsito de 1874 con tanta exactitud como deseaba, pero su revólver acabó siendo el más habilidoso antecedente del cinematógrafo. La vinculación entre cine y astronomía viene, pues, de antiguo, y en justa correspondencia la fascinación por el cielo ha estado presente desde el principio en la(s) pantalla(s). Muy especialmente en la tradición experimental, siempre afín al asombro y la gratitud por la belleza del cosmos".
Imaxe: Martin Pawley, 2018
En novembro dese ano regresei a Pamplona. Reabríase o centro despois de cambiar os equipos e daba inicio unha prometedora era con proxectores 4K e un sistema de son 13.1, algo digno de coñecer. E de aplaudir. Se as imaxes adquirían unha nova forza espectacular, era a acústica da sala a que máis gañaba: as cousas podían soar a tres alturas diferentes e así os sons cobraban volume e até movemento. Tiven verdadeira consciencia diso na miña última visita, xa a derradeira, para falar de ciencia e cinema, en decembro de 2021. Por razóns persoais que non veñen ao caso, nos últimos tempos pensei moitas veces no irrepetíbel que me parecía aquela fin de semana marabillosa. Agora sei que é, en efecto, irrepetíbel. Nunca máis vai acontecer. Suceda o que suceda, mesmo que o goberno navarro decida reconstruílo e poñelo de novo en marcha -chamádeme pesimista, non encontro razóns para crelo-, o Pamplonetario que existiu até onte xa nunca máis será. Nunca máis veremos emerxer do soto o impresionante proxector Zeiss para lanzar miles de estrelas sobre a feliz escuridade daquela cúpula de vinte metros de diámetro. A falta de futuro, toca aferrarse ao pasado, ás memorias e as emocións que abrollan como sorrisos entre as cinzas. Que bonito foi sempre estar alí. Que grande será sempre o meu agradecemento.

Martin Pawley

Imaxe: Martin Pawley, 2021


luns, 6 de xaneiro de 2025

The 2024 Great Cinema Party

Semanas atrás llegué a pensar que este año no iba a poder completar la lista tradicional de 50 invitados. 2025 ha sido un año un tanto extraño para mí, quizás el que menos películas he visto en toda mi vida adulta (al menos en lo que respecta al segundo semestre del año). Pero aquí están finalmente los 50 invitados a la fiesta, más una serie de bonus tracks que elevan la lista considerablemente: el 1 y el 2 podrían haber integrado la lista “oficial” perfectamente (sobre todo las películas de Shyamalan y Korine, sus parejas están ahí precisamente porque mejoran en su compañía). Sí, es una forma de hacer trampas, pero, insisto, quien pone las reglas… El tercer bonus track, el de los descubrimientos (esto es, películas que antes de verlas no tenía ni idea de su importancia), está integrado solo por directoras, lo que de alguna manera intenta compensar el desequilibrio de la lista principal. Pero esto también define muy bien lo que ha sido este año para mí. Así que, en orden alfabético de cineastas: 

ADRA, Basel, BALLAL, Hamdan, ABRAHAM, Yuval & SZOR, Rachel – No Other Land
ALJAFARI, Kamal – A Fidai Film
ALMODÓVAR, Pedro – The Room Next Door
ARIAS, Lola – Reas
ATHIRIDIS, Dimitris – exergue – on documenta 14 
CAILLEAU, Guillaume & RUSSELL, Ben – DIRECT ACTION
CARAX, Leos – C’est pas moi
COLL, Mar – Salve María
DELPERO, Maura – Vermiglio
DIOP, Mati – Dahomey
EASTWOOD, Clint – Juror #2
ELLIOT, Adam – Memories of a Snail
FRIEDLAND, Sarah – Familiar Touch
GOMES, Miguel – Grand Tour
GRIMONPEZ, Johann - Soundtrack to a Coup d'Etat
GUIRAUDIE, Alain – Miséricorde
HORWATH, Alexander – Henry Fonda for President
JIA Zhang-ke – Caught by the Tides
KAPADIA, Payal – All We Imagine as Light
KIPIANI, Keto – It Will Be Better Before
KUROSAWA, Kiyoshi – Cloud / Chime
LINKLATER, Richard – Hit Man (2023)
LUND, Carson – Eephus
MANN, Daniel – Under a Blue Sun
MAZUY, Patricia - La Prisonnière de Bordeaux
PIÑEIRO, Matías – Tú me abrasas
RANKIN, Matthew – Une langue universelle
RASTI, Aliyar – The Great Yawn
REISZ, Gabor – Explanation for Everything (2023)
REITZ, Edgar & ADOLPH, Jörg – Filmstunde_23
ROUSSEAU, Jean-Claude – Où sont tous mes amants?
RUIZ DE AZÚA, Alauda – Querer
SERRA, Albert – Tardes de soledad
SIEW Hua Yeo – Stranger Eyes
TANAKA, Toshihiko – Rei
TRUEBA, Jonás – Volveréis
TRUONG Minh Quý – Viet and Nam
TSAI Ming-liang – Abiding Nowhere
TSANG, Constance – Blue Sun Palace
VÖGELE, Nicole – The Landscape and the Fury
VOM GRÖLLER, Friedl - Jelena
WANG Bing – Youth (Hard Times)
WOODBERRY, Billy – Mário

Bonus Tracks 1, dos programas dobles:
SHYAMALAN, M. Night – Trap / COLLET-SERRA, Jaume – Carry On
KORINE, Harmony – Aggro Dr1ft (2023) / SCHOENBRUN, Jane – I Saw the TV Glow

Bonus Tracks 2, una conferencia o una película, qué importa:
HILER, Jerome – Cinema Before 1300

Bonus Track 3, tres descubrimientos:
COOLIDGE, Martha – Not a Pretty Picture (1976)
HANEDA, Sumiko – Ode to Mount Hayachine (1982)
NABILI, Marva – The Sealed Soil (1977)

Jaime Pena
6 de enero de 2025

* * *

sábado, 4 de xaneiro de 2025

Cultura contra o colonialismo

Fotograma de Dahomey (Mati Diop, 2024)

Nun moi instrutivo libro publicado pola editorial Capitán Swing, África no es un país, o xornalista nixeriano Dipo Faloyin repasa os estereotipos asociados ao seu continente, demasiadas veces retratado como un territorio uniforme sempre subordinado ao primeiro mundo branco. Para alén de explorar con humor a colosal diversidade étnica e cultural africana fronte aos tópicos -vexatorios por únicos- das paisaxes exuberantes e naturezas virxes mais tamén os conflitos e as fames irresolúbeis, unha sorte de castigo divino inevitábel, o autor dá conta, nun bloque apaixonante, do espolio de bens artísticos executado polas potencias europeas. É un exemplo paradigmático o caso do Reino de Dahomey, cuxos tesouros acabaron en museos de Francia logo de ser brutalmente saqueado en 1892: o parisino Musée du Quai Branly garda, el só, case o 80% das noventa mil pezas roubadas na África subsahariana. Na pertinente crítica á construción colonial dos principais museos e a urxente necesidade de revisar os seus fondos e achegar unha xusta explicación de como foron obtidos, o volume casa ben con outro título imprescindíbel da mesma editorial, El cuadro completo de Alice Procter, que trata a perversa -e as máis das veces oculta- formación das máis importantes coleccións de arte (...)

Martin Pawley. Artigo publicado orixinalmente no Nós Diario o sábado 4 de xaneiro de 2025. As persoas subscritoras poden ler o artigo completo nesta ligazón.

venres, 3 de xaneiro de 2025

La Internacional Cinéfila 2024

[1. Cinco películas de 2024]
(por orden alfabético de directores)

Grand Tour (Miguel Gomes, 2024)
Henry Fonda for President (Alexander Horwath, 2024)
En la alcoba del sultán (Javier Rebollo, 2024)
Maroun Returns to Beirut (Feyrouz Serhal, 2025)

Las dos ficciones más estimulantes que he visto este año son dos maravillosos elogios de la fábula, los creados por Miguel Gomes y Javier Rebollo; su inventiva sin límites para crear relatos y su profundo amor por el cine me resultan muy cercanos. Tanto Alexander Horwath como Feyrouz Serhal se valen de la historia del cine para hablar también de la Historia (con mayúsculas) y del presente en sus inteligentes acercamientos a dos figuras fascinantes, una muy popular, Henry Fonda, otra injustamente olvidada, el director libanés Maroun Bagdadi. Completa mi quinteto la depuradísima película de Pedro Almodóvar, un bálsamo contra la crueldad y el exceso. Fuera de catálogo, una obra maestra de 1976 que no se estrenó en España hasta este mismo año, Not a Pretty Picture de Martha Coolidge.

[2. Ópera prima]

Lo son Henry Fonda for President y Maroun Returns to Beirut.

[3. Una película de mi país, Galicia]

La Parra (Alberto Gracia, 2024) La mejor película de un pensador siempre libre y siempre inspirador.

[4. Diez películas del siglo XXI]

Werckmeister harmóniák / Werckmeister Harmonies (Béla Tarr y Ágnes Hranitzky, 2000)
Moolaadé (Ousmane Sembène, 2004)
Double Tide (Sharon Lockhart, 2009)
Copie conforme (Abbas Kiarostami, 2010)
The Tree of Life (Terrence Malick, 2011)
La piel que habito (Pedro Almodóvar, 2011)
The Kindergarten Teacher (Nadav Lapid, 2014)
Phoenix (Christian Petzold, 2014)
The Assassin (Hou Hsiao-hsien, 2015)
Pacifiction (Albert Serra, 2022)

La cinematografía nacional contemporánea por la que siento más estima es -nadie que me conozca se sorprenderá de esto- la portuguesa. Sin mucho esfuerzo podría hacer una lista de diez películas que me parecen imprescindibles realizadas por cineastas de Portugal: A Raiz do Coração (Paulo Rocha, 2000), Frágil como o mundo (Rita Azevedo Gomes, 2001), Xavier (Manuel Mozos, 1991-2003), Vai~E~Vem (João César Monteiro, 2003), Juventude em marcha (Pedro Costa, 2006), Morrer como um homem (João Pedro Rodrigues, 2009), Tabú (Miguel Gomes, 2012), Sinais de Serenidade (Sandro Aguilar, 2012), Gebo et l'ombre (Manoel de Oliveira, 2012), Ascensão (Pedro Peralta, 2016)... y dejaría fuera no pocos nombres que aprecio mucho. Para evitar el sufrimiento de tener que elegir únicamente una o dos para la lista general de diez (¡solo diez!), tomo la decisión de no citar ninguna.

Martin Pawley. Pode consultarse a votación completa e todas as listaxes e textos individuais no imprescindíbel sitio web do promotor da iniciativa, o crítico arxentino Roger Koza: Internacional Cinéfila [1] + Internacional Cinéfila [2]

* * *

Anteriores votacións de La Internacional Cinéfila: 2023 | 2022 | 2021 | 2020 | 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014