martes, 29 de abril de 2025

El negocio de la carne

Inicio de Abraham Lincoln (David Wark Griffith, 1930)

“Ninguna ciudad, ninguna industria, ninguna profesión ni forma de arte deben tanto a un solo hombre”, escribió Orson Welles refiriéndose a David Wark Griffith, de cuyo nacimiento se cumplieron 150 años el 22 de enero. Resulta extraño el modesto eco de un aniversario tan redondo, por mucho que cualquier acercamiento a quien fue por un tiempo el director más influyente del mundo vaya a estar siempre contaminado por la película que lo hizo poderoso, The Birth of a Nation, un éxito descomunal que transformó el cine pero también una apología racista de las glorias del Sur (...)

Martin Pawley. Texto completo na sección "Juste une image" do número 199, de maio de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 29 de abril.

Hacer películas para existir. Entrevista a Kamal Aljafari.

El festival Documenta Madrid dedica uno de sus focos al cineasta palestino Kamal Aljafari, cuya obra celebra el papel de la memoria y las imágenes como forma de resistencia ante la barbarie. Una exploración del cine como registro que preserva la vida y la identidad de un pueblo contra los intentos sistemáticos y abyectos de borrado y deshumanización. 

Hacer películas no es una opción obvia como profesión en ningún lugar, pero todo parece mucho más difícil en Palestina, así que me gustaría que explicara cómo llegó al cine. 
Mi decisión de hacer película estuvo ligada al deseo de irme del país y estudiar en el extranjero, y esto tenía que ver con la sensación de que mi país ya no era mi país. Es mentalmente doloroso para los palestinos estar en Palestina y no sentirte en casa, porque vives bajo un régimen que te hace sentir totalmente fuera de lugar a pesar de que este es tu lugar. Tenía 26 años y me fui a Colonia; para mi expresión artística fue necesario no seguir allí y elegir vivir en el exilio. Todo lo que he hecho está relacionado con esta experiencia, pero al mismo tiempo la mayoría de mis películas hablan de Palestina y de ser palestino. No es algo de lo que puedas escapar, ser palestino te acompaña a todas partes.

Cuando vivía en Palestina, ¿el cine estaba presente en su vida? Y, en particular, las obras de cineastas palestinos.
No creo que me interesara especialmente el cine de joven, por más que viera películas como cualquier otro. Era adolescente cuando empezó la primera Intifada, en 1987, y eso nos abrió los ojos a los jóvenes a la cultura y también al cine que existía o empezaba a existir en Palestina en los 80, ciertos textos que se volvieron esenciales para mí, como la poesía de Mahmud Darwish o las novelas de Ghassan Kanafani. Una de las primeras películas palestinas que vi fue Ma'loul celebra su destrucción de Michel Khleifi, un cortometraje documental sobre la gente de Ma'loul, una aldea destruida en Galilea, que visitaba su tierra cada año. Crónica de una desaparición (Elia Suleiman, 1996) fue un verdadero descubrimiento, me atrajo mucho su manejo de la realidad, la poesía del día a día. Hacer cine está, para mí, relacionado con la experiencia de crecer en una época revolucionaria en Palestina, con un movimiento cultural enorme (...)

Martin Pawley. A entrevista completa pode lerse no número 199, de maio de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 29 de abril.

sábado, 26 de abril de 2025

Entrevista con Miguel Valverde (Indielisboa)

Em 2004, o cinema independente vivia uma revolução: a passagem do analógico para o digital, novas vozes e uma produção menos dependente da indústria. Foi neste contexto que nasceu o IndieLisboa, um festival criado por um grupo de jovens que queria trazer a Lisboa um evento à altura de outras capitais europeias — mas com um foco claro no cinema de autor. Miguel Valverde, um dos seus fundadores, relembra os primeiros anos, marcados pela exibição de filmes que não chegavam às salas comerciais portuguesas. Duas décadas depois, o festival cresceu (de 500 para 5000 submissões anuais), adaptou-se às mudanças do setor e tornou-se um ponto de encontro para novas gerações de cineastas, enquanto revisita clássicos esquecidos em retrospectivas como as de Binka Jeliaskova ou Sarah Maldoror.
Nesta conversa, Miguel Valverde — hoje presidente da associação que gere o IndieLisboa — fala sobre a evolução do festival, o seu papel na promoção do cinema português (de João Canijo a Leonor Teles) e os desafios da diversidade real. Uma reflexão sobre como manter vivo o espírito independente num mundo em constante mudança.
 
Cando naceu o Indielisboa en 2004 o cinema estaba nun momento de transformación: xa se comezaba a intuír a substitución do cinema analóxico ao dixital, hai unha maior independencia creativa, unha produción menos vinculada á industria etc. O Indie estaba en liña con outros certames que había no mundo que tentaban detectar esas mudanzas, coma o BAFICI, o FIC Valdivia, Torino… que estaban creando un novo mapa do mundo. Poderías falar dese período, de como naceu o Indie e cales eran as intencións?
Antes de mais, obrigado por esta entrevista. Aqui em Lisboa havia a ideia de que os festivais de cinema tinham de ter uma ligação à cidade e, havendo festivais em Berlim, Londres, Copenhaga, nas principais capitais dos seus próprios países, era estranho que em Lisboa não existisse um festival. Acabámos por ser um grupo de pessoas, sobretudo jovens, que não tinham aquela ideia estigmatizada de que, para fazer um festival de cinema em Lisboa, era preciso muito dinheiro — e aventurámo-nos. Aproveitámos a nossa experiência anterior na gestão de um cinema independente para pensar: “Porque não fazer agora um festival em Lisboa?”, mas, ao mesmo tempo, não queríamos que fosse um festival de passadeira vermelha, porque o que pretendíamos era continuar o nosso trabalho de exibição de cinema de autor. Naquela altura, havia muitos títulos e muitos autores que nós gostávamos muito, que não eram distribuídos comercialmente em Portugal, e, portanto, o festival teria aqui um papel fundamental para criar diversidade no panorama cinematográfico.
O que é certo é que o panorama mudou muito. Não sei se fruto também de uma nova geração, como a nossa, que começou a estar muito mais atenta a estas questões, ou se foi o próprio mercado que mudou e a democratização dos meios, que não só permitiu a democratização da própria feitura dos filmes, como também a democratização da distribuição e da exibição. Hoje em dia, comprar um filme para distribuir em Portugal é muito mais barato do que era há 20 anos. Antigamente, não havia distribuidores que pudessem comprar filmes por 3 ou 4 mil euros no mercado internacional, e hoje há. Isso faz com que, embora não sejam negócios da China, haja um conjunto de distribuidores que desempenham um papel relevante no sentido de trazer autores que, antigamente, não encontravam espaço nas salas de cinema. E agora acho que estamos a chegar a um paradigma quase oposto ao que existia em 2004: os distribuidores portugueses vão a mercados como Cannes e Berlim e compram tudo, havendo uma grande concorrência, inclusive entre eles. Por outro lado, os festivais, na realidade, “roubam” espectadores: se o filme passa num festival como o IndieLisboa, o DocLisboa ou o LEFFEST, sabem que há 500 espectadores a menos que irão ver o filme na estreia comercial. Isso criou também uma certa concorrência entre festivais e distribuidores pelos mesmos filmes. E isto indica que o festival teve de mudar para se adaptar a estas novas condições.
Por outro lado, o festival foi-se adaptando também aos novos tempos. Se a nossa primeira edição teve, maioritariamente, projeções em película, embora já tivéssemos objetos em vídeo, esse meio hoje já não conta tanto, porque a maior parte dos filmes são exibidos em DCP. Recebemos muitos mais filmes e as geografias são muito mais diversificadas: onde nos primeiros anos recebíamos cerca de 500 a 700 filmes, hoje em dia recebemos 5 mil. O próprio festival teve de se reorganizar. Temos, neste momento, 24 programadores, no total de todas as secções, e temos inclusivamente coordenadores por secção para ajudar a sistematizar onde é que os filmes podem encaixar melhor. Também tivemos de travar um pouco o crescimento do festival, porque sentíamos que, a certa altura, era demasiado. Exibimos agora cerca de 270 filmes, entre curtas e longas-metragens, mas houve anos em que apresentámos mais de 300 filmes. Isto, para a equipa — que tem de gerir um conjunto de convidados, toda a informação para o catálogo, a vinda das cópias… — representa muito trabalho (...)

Martin Pawley. Pode lerse a entrevista completa no sitio web da revista Quiasmo. Artes, letras e ciência.

xoves, 24 de abril de 2025

El idioma como movimiento. Entrevista con Jan Budař.

Jan Budař. Fotografía: Lenka Hatašová
Una de las revelaciones de la película de Javier Rebollo La mujer sin piano fue la actuación de Jan Budař, que acompañaba de Carmen Machi en su fascinante deambular nocturno por Madrid. El actor checo repitió con Rebollo en En la alcoba del sultán, que se estrenó mundialmente en la SEMINCI de 2024. Del paso de Jan por Valladolid nace esta breve entrevista. 

Martin Pawley (MP): ¿Cuándo fuiste consciente de que te gustaba actuar? Dedicarte a la interpretación, ¿fue una decisión difícil?
Jan Budař (JB): Cuando tenía catorce años vi la película Rain Man y me encantó la actuación de Dustin Hoffman; tanto que pensé "ser actor podría ser un camino interesante". Nadie en mi familia era actor, así que fue una gran sorpresa para todos. La decisión no fue difícil, la vida de un actor a veces sí lo es un poco [se ríe]. 

MP: Tu interpretación tiene una componente muy física; encajas en una estirpe en la que la comedia tiene elementos muy asociados al cuerpo, al movimiento, al gesto y a la acción física, pero no desde el exceso, sino desde la contención. Me hace pensar en la tradición francesa de Jacques Tati o Pierre Etaix o, por supuesto, en figuras del cine mudo como Buster Keaton. 
JB: Ellos son mis héroes y me siento muy honrado de que digas eso, muchas gracias. El cuerpo es un medio de expresión absolutamente esencial para un actor (aparte de la voz) y yo disfruto muchísimo trabajando con el cuerpo cuando interpreto un papel. Busco su carácter, sus movimientos y su postura a través de mi cuerpo. Por eso también entreno con especialistas, para poder trabajar lo mejor posible con mi cuerpo.

MP: Los dos personajes que encarnas en las películas de Javier Rebollo comparten esa misma comicidad física, pero al mismo tiempo son muy diferentes, el de La mujer sin piano más silencioso y contenido, "más Kaurismäki", y el de En la alcoba del sultán "más Tintín". En los dos casos asumes, además, el desafío de trabajar con naturalidad en un idioma que no es el tuyo (español e inglés, respectivamente). 
JB: Hablar un idioma también es un movimiento: un movimiento de la boca, de las manos, de la cara. Cuando aprendo un idioma extranjero, lo percibo con mis oídos pero más aún con mi cuerpo. Un idioma diferente le da a una persona una personalidad diferente y eso es fascinante. En En la alcoba del sultán tuve que aprender algunas frases en árabe, y eso fue un verdadero desafío. 

MP: Algunos de tus personajes más emblemáticos tienen cierta carga de inocencia o de ingenuidad, como el de La mujer sin piano, pero también en películas que has escrito, como Nuda v Brne. (Vladimír Morávek, 2003). ¿Qué te atrae de esos personajes?
JB: No sé, tal vez mi sensible alma de artista [se ríe]. Radek de La mujer sin piano tiene síndrome de Asperger y Standa de Nuda v Brně tiene una disfunción cerebral leve, y esta clase de personajes son un regalo para el actor. 

Carmen Machi y Jan Budař en La mujer sin piano

MP: El hecho de que hayas escrito y dirigido películas tú mismo, ¿ha cambiado tu forma de trabajar como actor en películas de otros cineastas? ¿Ha cambiado la forma en la que te enfrentas a un rodaje, te ha hecho más comprensivo con los otros oficios del cine o con las dudas y preocupaciones que puede tener un actor? 
JB: Sí, eso cambió enormemente mi visión de mí mismo como actor: ahora tengo mucho más respeto por cada persona en el set. El sentido de importancia que a veces tenemos los actores ha desaparecido por completo y me quedé con el amor por el cine y la gratitud cada vez que puedo contribuir a la creación de una película. El hecho de que sea algo más que un simple actor me da una estabilidad importante en mi vida.

MP: Tu primer largometraje de ficción, Princ Mamánek, es una película dirigida a un público familiar y con elementos de fantasía, lo cual es una decisión curiosa, no muy frecuente entre actores que se lanzan a dirigir. ¿Cómo surgió la idea de hacer esta película?
JB: Me gustan los cuentos de hadas, son atemporales y todavía resultan nuevos para las nuevas generaciones de niños. Un príncipe de mamá es una película de bajo presupuesto, como debutante ni siquiera podía permitirme otra cosa. La idea surgió cuando visité Dětenice (República Checa), donde hay un castillo y una taberna medieval, y acordé con el propietario que allí podríamos rodar un cuento de hadas.

MP: Has hecho bastante cine y televisión. ¿Te gusta el teatro, te apetece hacer más teatro, o prefieres enfrentarte a una cámara?
JB: Disfruto más de un rodaje porque suelen suceder en lugares interesantes. Lo que más me gusta es cuando trabajo en países en los que nunca he estado antes.

MP: ¿Cuáles son tus principales referentes entre los actores y actrices de cine?¿Podrías citar algunas de tus películas y cineastas favoritos?
JB: Hay tantos actores y actrices que admiro... Dustin Hoffman, Charles Chaplin, Buster Keaton, Meryl Streep, Cate Blanchet, Jean Paul Belmondo… la lista podría seguir y seguir (se ríe). Lo mismo con los directores: Javier Rebollo, Jean Luc Godard, Christopher Nolan, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Jan Svěrák, Miloš Forman, Jan Němec, Karel Zeman, Charles Chaplin o Orson Welles, entre otros…

MP: ¿Qué opinas del cine de tu país, en el pasado y en el presente?
JB: Tenemos muchas películas y cineastas excelentes, pero tengo la sensación de que la cinematografía checa actual está un poco estancada. Repite una especie de formato extraño de comedia sin humor con el afán de ganar dinero y eso es una pena. Aún así, en mi opinión en Chequia cada año surgen una o dos buenas películas.

Jan al piano. SEMINCI 2024. Imaxe: MP
MP: Eres también compositor y músico, tocas el piano y cantas. ¿En qué medida crees que la música complementa o transforma tu trabajo como actor?
JB: ¡Esta es una pregunta muy interesante! Creo que la música es el lenguaje de nuestra alma y el hecho de que puedo tocar el piano, cantar y componer música me da una sensación muy agradable de que también puedo expresarme en este idioma internacional que toda la gente entiende. La música también sigue enriqueciendo mi corazón y eso es muy valioso para mí como actor.

MP: Cuando haces conciertos o interpretas música ante un público, ¿entiendes que esa actuación tiene también un componente de interpretación teatral, de “transformación en un personaje” que es el Jan Budař músico, o lo ves como una faceta completamente diferente?
JB: Cantar y tocar el piano requieren muchas horas de práctica, por eso cuando tengo un concierto me centro de lleno en la técnica de cantar y tocar el piano, por lo que no llego a disfrutar plenamente del papel de músico, aunque me gustaría [se ríe].

Martin Pawley.

sábado, 12 de abril de 2025

Pensar, sentir, gozar

Sabura (Falcão Nhaga, 2025)

Aos poucos anos de nacer, aló en 2004, o Indielisboa Festival Internacional de Cinema xa se convertera nunha referencia para todas as persoas que queríamos saber o que estaba acontecendo na creación contemporánea. O festival lisboeta aliñábase con outros moitos –BAFICI e FIC Valdivia na América do Sur, FID Marseille en Europa, Jeonju en Asia– que naquela altura facían o esforzo de cartografar un mapa novo, o desenvolvemento e a consolidación dun xeito de facer filmes con espírito independente, fóra dos circuítos comerciais domesticados pola grande industria. Era ademais un tempo de transición, a mudanza da produción e exhibición tradicional en formato analóxico cara ao vídeo dixital, que permitía a realización de películas con orzamentos mesmo moi baixos e en consecuencia alentaba unha valiosa ampliación do acceso ao cinema. O equipo que inventou o "Indie" aplaudiu dende o inicio a xeración de cineastas que sacudía Arxentina, de Lucrecia Martel a Lisandro Alonso, ou as novas voces asiáticas, con ciclos dedicados a Jia Zhang-ke ou Nobuhiro Suwa, igual que logo prestaron atención ao novo cinema galego, primeiro Oliver Laxe (e antes del, Peque Varela) e despois Lois Patiño, que viu todas as súas longametraxes programadas en Lisboa. E por suposto acompañou e coidou a produción nacional, nun período singularmente vizoso para a cinematografía portuguesa (...) 

Martin Pawley. Artigo publicado orixinalmente no Nós Diario o 12 de abril de 2025, sábado. As persoas subscritoras poden ler o artigo completo nesta ligazón.

martes, 1 de abril de 2025

Sin música ni poesía

El cosmólogo italiano Roberto Trotta reflexiona en su libro Nacidos de las estrellas sobre todo lo que le debemos a los cielos estrellados.

* * *

Podría parecer esperable que las personas que se dedican a la astronomía manifestasen un compromiso claro hacia la protección de la oscuridad natural de la noche, pero la realidad, o la experiencia, no nos permite aceptar con ligereza esa hipótesis. El ejercicio profesional competente de esta ciencia es perfectamente compatible con un absoluto desconocimiento práctico del firmamento, así como de la cultura y el arte que se inspiró en ese paisaje a lo largo de la historia. No es preciso gozar con el cielo nocturno para investigar en astrofísica, de la misma forma que no es imprescindible amar la observación ornitológica para trabajar en un laboratorio de biología.

El cosmólogo italiano Roberto Trotta reconoce en el prólogo del formidable libro Nacidos de las estrellas, editado por Pasado & Presente, el escaso bagaje observacional de una trayectoria que en su caso se orientó hacia la física teórica. Fue mientras preparaba una conferencia pública en el Imperial College de Londres, donde es profesor visitante de Astroestadística, cuando empezó a ser verdaderamente consciente de en qué medida las estrellas habían moldeado su vida (...)

Martin Pawley. O artigo completo pode lerse na sección "La noche es necesaria" da Revista Astronomía, número 310, abril de 2025. As persoas subscritoras poden acceder á revista no seu sitio web.

venres, 28 de marzo de 2025

Magia africana

Issiaka Kané en Yeelen (Souleymane Cissé, 1987)

El premio del jurado en la competición de Cannes favoreció que Yeelen (La luz, 1987) de Souleymane Cissé se convirtiera en la primera película del África negra en conocer una amplia circulación internacional, con cerca de 350 mil entradas vendidas en Francia y más de 40 mil en España. Fue un asombroso final feliz para una obra maestra que casi estuvo a punto de no existir, víctima de una producción tortuosa que se extendió dos años entre interrupciones provocadas por las tormentas de arena, la muerte por infarto del actor Ismaïla Sarr o una infección que obligó a que el director de fotografía Jean-Noël Ferragut fuese trasladado a París para ser operado de urgencia y evitar una gangrena (...)

Martin Pawley. Texto completo na sección "Juste une image" do número 198, de abril de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 28 de marzo.

Pensar y sentir. Entrevista a Yolanda Castaño.

Con una trayectoria como poeta de ya casi treinta años, Yolanda Castaño (Santiago de Compostela, 1977) es una referencia fundamental de la literatura en lengua gallega y su obra ha conocido traducciones a más de veinte idiomas. Escritora también de literatura infantil y juvenil, es además una activa gestora y promotora cultural responsable de iniciativas como la “Residencia Literaria 1863”, el Festival Internacional de Poesía de Pontevedra “PontePoética”, el taller internacional de traducción poética “Con barqueira e remador” en la emblemática isla de San Simón o el ciclo de recitales “Poetas Di(n)versos”, que desde 2009 pone en el mismo escenario en A Coruña a autoras y autores de Galicia junto a poetas de todo el mundo. Ganó con “Materia” el Premio Nacional de Poesía en 2023. Su libro más reciente, Economía e poesía. Rimas internas, es un ensayo sobre la precariedad y la difícil supervivencia en la profesión literaria.

Pertenece a una generación que ya nació y se crio con la televisión convertida en un elemento central del hogar. ¿Cómo fue su relación inicial con las películas en la infancia?
Si hablamos de películas, mi recuerdo las vincula antes a una sala de cine que a la televisión familiar. Y eso seguro que es así por el impacto producido, pues tengo una memoria defectuosa que registra mucho más las emociones que los hechos. Algo más adelante -y esto sí puede retratar una cierta época histórica en cuanto al consumo audiovisual- recuerdo con excitación la cultura de videoclub al que mi madre me dio acceso aún siendo muy niña. Como entre los nueve o diez y los trece años, en especial en los períodos en que mi padre, marino mercante, estaba embarcado, escogíamos juntas nuestro ocio a través de todas aquellas sugerentes carátulas y estimulantes sinopsis. Creo que leer tantas sinopsis me proporcionó herramientas para conseguir expresar contenidos en pocas palabras. Además, mi madre me concedía de partida una madurez con pocos prejuicios a la hora de seleccionar películas adecuadas, por lo que recuerdo haber visto películas perfectamente adultas, de calidad y relevancia para el propio código, a una edad muy joven. Estimulaban mi imaginación y pensamiento, me proponían conflictos que alimentaban mi educación sentimental (...)

Martin Pawley. Entrevista completa a Yolanda Castaño no número 198, de abril de 2025, da revista Caimán Cuadernos de Cine, dispoñíbel nos quioscos dende o 28 de marzo.

sábado, 22 de marzo de 2025

Á espera do Sol negro

Na mañá do vindeiro sábado 29 de marzo acontecerá unha eclipse parcial de Sol, con case un terzo do disco da nosa estrela oculto pola Lúa. Un apetecíbel aperitivo para o grande acontecemento do verán de 2026, a eclipse total do 12 de agosto que será a primeira no noso país desde 1912 e non se repetirá até 2180: a do ano que vén será a única que experimentaremos na Galiza nas nosas vidas. Un fenómeno astronómico que podemos observar indirectamente de modo seguro mediante procedementos ao alcance de calquera persoa.

Eclipse parcial de Sol sobre Santiago de Compostela en 2017. Foto: Fins Eirexas.

No libro Nacidos de las estrellas, publicado no Estado español pola editorial Pasado & Presente, o cosmólogo italiano Roberto Trotta confesa que comprendeu moi cedo que non estaba feito para a astronomía observacional. Durante unha campaña de traballo en Suíza estragada polas inclemencias meteorolóxicas, decidiu aproveitar un pequeno intervalo sen tormentas de neve para entreterse mirando as manchas solares. Colocou un telescopio coa intención de proxectar a imaxe do Sol sobre unha cartolina e ver as manchas con seguridade, pois tiña ben gravada na cabeza a advertencia severa dun profesor, “nunca miredes o Sol directamente polo ocular, é un erro que só faredes dúas veces, unha por cada ollo”. Por moito que fedellaba non era quen de ver nada e “avergonzado e frustrado, fixen o que me dixeron que tiña que evitar a toda costa: abaixeime e mirei directamente polo ocular para ver que era o que non acababa de encaixar”. Tardou unha fracción de segundo en decatarse de que cometera un erro fatal e ergueuse aterrado. Aquel día tivo sorte: ficou a salvo grazas á súa torpeza, pois deixara posta a tapa na lente todo o tempo. Por iso non era quen de proxectar nada.

A simpática anécdota, con final feliz, serve para recordarnos o perigo extremo que supón mirar o Sol. A oftalmoloxía chama “retinopatía solar” ás lesións fotoquímicas que se producen no tecido macular da parte central da retina e están tipicamente asociadas á observación solar ou de eclipses. Basta unha exposición moi breve, mesmo duns poucos segundos, para provocar perdas na visión central entre leves e moderadas que non teñen tratamento (...)

Martin Pawley. Artigo completo publicado no Sermos Galiza que acompaña o Nós Diario do sábado 22 de marzo de 2025. Podes lelo completo en liña no sitio web do xornal.

domingo, 16 de marzo de 2025

Pinky y la cuestión racial

Pinky (Elia Kazan, 1949)

Entre los diversos elefantes en la habitación ignorados por Hollywood en sus décadas de gloria, seguramente el más grande fue el racismo institucionalizado en la sociedad estadounidense, tanto el que tenía como objeto los numerosos pueblos originarios norteamericanos, mostrados la mayoría de las veces en los westerns como un “otro” difuso, salvaje y enemigo que debe ser eliminado, como el dirigido hacia la comunidad que hoy llamamos afroamericana. La anecdótica (y casi siempre subordinada) presencia de personajes de piel negra favoreció, de hecho, la aparición de un género específico en la producción independiente, los race films, orientados a un público que no se veía representado en el cine industrial convencional y realizados por directores negros, como Oscar Micheaux o Spencer Williams, pero también blancos, como Richard E. Norman. Poco espacio hubo para la diversidad fuera de ese ámbito. Los aciertos fílmicos de Hallellujah de King Vidor, a menudo citado como el primer musical all black (se adelantó por unos meses Hearts In Dixie de Paul Sloane), son tan innegables como su tendencia a los estereotipos poco afortunados. Un cineasta de extrañísima carrera, Dudley Murphy, adaptó una obra de Eugene O’Neill con un imperial Paul Robeson al frente, The Emperor Jones. Y en el clásico de John M. Stahl Imitation of Life por detrás del afecto y el negocio que comparten Claudette Colbert y Louise Beavers asomaba el drama interior de la hija de la segunda, que por el tono de su piel puede pasar por blanca y opta por hacerlo asumiendo la obligada y trágica ruptura con su madre. El personaje lo encarnaba una actriz afrodescendiente, Fredi Washington, a diferencia del remake de Douglas Sirk, en el que recaía en una actriz blanca, Susan Kohner. Son notables excepciones en un marco dominado por los roles de criadas y las figuras cómicas tipo Stepin Fetchit, que explotaban una imagen perezosa y algo bobalicona (...) 

Martin Pawley. Artigo publicado para o especial sobre Elia Kazan da revista dixital La Furia Umana. Pode lerse o texto completo nesta ligazón.