Poder-se-ão apontar muitas razões para isto, de ordem jurídica, financeira ou comercial (e o próprio cineasta, que detinha os direitos de quase toda a sua obra, sonhava e desejava a sua reedição). Mas a verdade é esta: em que outro país do mundo um dos filmes-chave da sua história cultural se encontra invisível? Em que outro país do mundo a obra de um cineasta com a importância de Paulo Rocha não está disponível para ser vista por quem o queira conhecer?
É sintomático do país que temos: um país onde a história cultural – que não é menos importante do que a história social, política ou económica, embora todos achem que sim - continua a ser tratada a sete pés. Um país onde o cinema continua a ser um “enteado” que se espera consiga sobreviver sem que seja preciso prestar-lhe muita atenção – e depois acontece isto: morreu Paulo Rocha e não podemos celebrar o seu cinema, apenas a nossa memória (ou a memória que os outros têm) desse cinema.
Ler artigo completo de Jorge Mourinha no xornal Público.
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